Javier Milei no Muro
das Lamentações (Foto: Ministério de Relações Exteriores da Argentina)
O presidente
de ultradireita da Argentina, Javier Milei, enfrentou uma derrota de proporções
significativas nesta terça-feira (6). Seu projeto de
reformas neoliberais, conhecido como "Lei Ônibus",
composto por mais de 200 artigos, foi rejeitado pela Câmara dos Deputados.
A
sessão legislativa de hoje culminou na decisão de retornar o projeto à comissão
para análises adicionais. A medida foi adotada após constatar-se que o
oficialismo não contava com os votos necessários para aprovar aspectos
fundamentais da legislação proposta.
Entre os
pontos de maior controvérsia estavam as propostas de privatizações de empresas
públicas, alterações na legislação de dívida pública e o aumento das
penalidades para restringir protestos sociais. Esses temas encontraram
resistência entre os membros da Câmara dos Deputados, levando à impossibilidade
de avançar com o projeto conforme inicialmente planejado.
Com
a decisão de devolver o projeto à comissão, o extenso documento de 646 artigos
terá que ser reexaminado em sua totalidade. Este revés político representa não
apenas uma derrota para Milei e sua agenda neoliberal, mas também um
acontecimento inédito na história da Câmara dos Deputados argentina, sendo a
primeira vez que um texto aprovado em geral retorna ao estágio anterior de
análise.
O presidente
do bloco Libertad Avanza, Oscar Zago, foi o responsável por formular a moção de
devolver o projeto à comissão, uma decisão que foi prontamente acatada pelo
presidente do corpo legislativo, Martín Menem, resultando no encerramento da
sessão.
Apesar
de ter conquistado a aprovação do projeto em geral na última sexta-feira, com
144 votos favoráveis, o oficialismo enfrentou dificuldades nesta terça-feira ao
tentar avançar com os artigos mais controversos da reforma administrativa do
Estado.
Vale apontar que, antes da derrota de hoje, Milei esteve no Muro das Lamentações em Israel e simulou uma cena choro. O momento repercutiu na imprensa mundial e nas redes sociais, onde internautas criticaram a performance do político.
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