Tarifaço' trouxe para Lula a oportunidade de exaltar o nacionalismo,
sentimento que estava sob domínio da direita brasileira, aponta cientista
político.
Lula critica Trump e diz que Brasil já perdoou papel dos EUA no golpe de 64. Presidente volta a afirmar que Eduardo Bolsonaro incentiva governo americano a impor tarifas sobre produtos brasileiros.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o Brasil já perdoou a participação dos Estados Unidos no golpe de 1964. A declaração, durante a abertura da 4ª Conferência Nacional de Economia Popular e Solidária, foi dada no contexto das sanções que o governo americano tem aplicado ao Brasil.
“Um presidente da república como de um país importante como os EUA não pode ter o comportamento que ele teve em relação ao Brasil. São 200 anos de relações diplomáticas. Até já perdoamos a participação deles no golpe de 64, até já perdoamos, nem fazemos mais isso, fizemos anistia”, afirmou.
Lula criticou o papel que o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem desempenhado do exterior. “Um cidadão, filho de outro cidadão, que é deputado federal foi para os EUA instigar o governo americano a fazer taxação nos produtos que nós exportamos pra lá”, completou.
Direitos humanos
Mais cedo, Lula disse que “ninguém está desrespeitando direitos humanos” no Brasil. Ele ressaltou que o Brasil tem Poder Judiciário autônomo, garantido na Constituição de 1988.
“Ninguém está desrespeitando regras de direitos humanos como estão tentando apresentar ao mundo”, acrescentou. Lula.
As declarações foram dadas durante evento em que foi anunciado o plano de contingência contra o tarifaço imposto pelos Estados Unidos e acontecem na esteira da publicação de um relatório em que o governo dos EUA diz que situação se deteriorou no território brasileiro.
“Nossos amigos americanos, toda vez que eles resolvem brigar com alguém, eles tentam criar uma imagem de demônio contra as pessoas que eles querem brigar”, afirmou Lula.
“O Brasil não tinha efetivamente nenhuma razão para ser taxado e tampouco aceitaremos qualquer pecha de que no Brasil nós não respeitamos os direitos humanos”, completou.
Após o tarifaço de Trump, pesquisas de opinião mostraram redução da impopularidade do presidente Lula, pelo enfrentamento ao presidente norte-americano. A percepção é que o bolsonarismo enfrenta desgaste entre seus próprios apoiadores em razão da retaliação dos EUA ao Brasil.
Trump deixou claro que a medida era uma retaliação ao processo que corre no Supremo Tribunal Federal (STF) contra seu aliado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por suposta tentativa de golpe. A taxação veio após intensa campanha por sanções contra o Brasil liderada pelo deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atualmente mora nos EUA.
O ministro Renan Filho acusou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de atacar a democracia e disse que o bolsonarismo caminha para ficar isolado na extrema-direita. Para ele, Lula tem condições de discutir uma nova frente ampla para as eleições de 2026, aproximando-se mais do centro.
“Acho que o presidente Lula tem muita condição de fazer esse debate, reconstruindo uma frente ampla, apresentando um projeto para o país que agregue, além da centro-esquerda, uma parte maior do próprio centro. A meu ver, há muita possibilidade de isolar o bolsonarismo na extrema-direita, já que, a cada dia, eles caminham nessa direção”, afirmou o ministro.
O Brasil é a associação política de todos os cidadãos brasileiros, que formam uma Nação livre e independente, regulada pelo Estado de Direito, a qual não se submete a nenhuma outra união, federação ou entidade que se oponha à sua soberania e independência nacional.
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