A mais recente pesquisa
Ibope divulgada nesta quarta-feira (3) traz o candidato do PSL à Presidência,
Jair Bolsonaro, com 32% das intenções de voto, seguido por Fernando Haddad (PT)
com 23%, Ciro Gomes (PDT) 10% e Geraldo Alckmin (PSDB) 7%. Marina Silva da Rede
se manteve com 4%.
Os principais candidatos
oscilaram dentro da margem de erro em comparação à pesquisa Ibope anterior,
divulgada nessa segunda-feira (1). Bolsonaro e Haddad subiram um e dois pontos,
respectivamente. Ciro e Alckmin perderam um ponto cada um. Veja a preferência
dos eleitores para cada candidato:
Jair
Bolsonaro (PSL): 32%
Fernando
Haddad (PT): 23%
Ciro
Gomes (PDT): 10%
Geraldo
Alckmin (PSDB): 7%
Marina
Silva (Rede): 4%
João
Amoêdo (Novo): 2%
Henrique
Meirelles (MDB): 2%
Alvaro
Dias (Podemos): 1%
Cabo
Daciolo (Patriota): 1%
Guilherme
Boulos (PSOL): 0%
Vera
Lúcia (PSTU): 0%
João
Goulart Filho (PPL): 0%
Eymael
(DC): 0%
Branco/nulos:
11%
Não
sabe/não respondeu: 6%
Foram ouvidos 3.010
eleitores, em 209 municípios, entre 1.º e 2 de outubro. A margem de erro é de
dois pontos porcentuais para mais ou para menos, e o intervalo de confiança é
de 95%. Significa que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem o
atual momento eleitoral, considerando a margem de erro. O registro na Justiça
Eleitoral foi feito sob o protocolo BR‐08245/2018.
Os contratantes foram o Estado e a TV Globo.
Bolsonaro ainda deve
crescer mais um pouco até o domingo, e pode até Chegar perto dos 40%. Sua
diferença em relação a Haddad dificilmente será inferior a dez pontos percentuais.
Ainda assim, é importante não se desesperar. Ele não é o favorito para o
segundo turno.
Todos nós erramos quando
atribuímos à facada o fato dele estar furando o próprio teto. A facada criou
uma proteção em torno dele. Mas o crescimento está vindo é do abandono dos
outros candidatos da direita por seu operadores e apoiadores políticos, algo
que começou de forma envergonhada e agora é aberto.
E junto, claro, a direita
que não se quer fascista vai abandonando suas veleidades democráticas. O discurso
dos “dois extremos” não é nem auto-engano; é uma desculpa pro forma, dada sem
qualquer convicção, ritualisticamente. Se faltava alguma prova, não falta mais:
não existe direita democrática no Brasil. Nem liberal (politicamente) ela é.
Cabe à esquerda a missão
de, sozinha, defender não só a democracia quanto os direitos e liberdades
comumente associados ao liberalismo.
A tendência, assim, é que
Bolsonaro alcance, no primeiro turno, uma votação próxima do seu (novo,
alargado) teto. Eles estão jogando tudo no primeiro turno porque sabem que o
segundo é bem mais difícil para eles. Há um pouco mais de debate, chances
maiores de combater a suja campanha de desinformação. O Bozo não vai poder
continuar se escondendo.
É preciso reagir já para
impedir a vitória do fascismo no primeiro turno. Está claro que seu adversário
será Haddad; este quadro está mais do que consolidado. Não há nenhum sentido em
centrar forças para mudar votos no nosso campo, nem mesmo de eleitores dos
outros candidatos da direita. Eu mesmo voto em Boulos, por acreditar que é
preciso marcar apoio ao projeto que ele representa, mas sei bem que meu voto
significa um voto para ter Haddad no segundo turno. (Aliás, a bem da verdade, é
preciso dizer que a inflexão antipetista da campanha de Ciro Gomes prestou um
grande desserviço à democracia. Mas são águas passadas; tomara que Ciro tenha
bastante voto, porque seu eleitor tenderá a ficar com Haddad, assim como boa
parte dos que resistem com Marina e mesmo com Alckmin.)
Não é hora de desânimo,
nem de jogar a toalha. Temos toda a possibilidade de ganhar essa batalha. Que é
isso: uma batalha de muitas que virão para extirpar o fascismo e retomar a
construção de uma sociedade menos injusta e menos violenta. Ganhá-la é
importante para nos colocar em situação de travar as próximas – começando pela
batalha de garantir o respeito ao resultado da eleição.
Isso é muito, muito mais
importante do que qualquer mágoa que nos separe, de qualquer crítica, por mais
justa que seja, que tenhamos a fazer uns aos outros. A unidade antifascista é a
prioridade.
Redação/Blog Edmilson
Moura