segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

MANIFESTAÇÃO DESTE DOMINGO 25/02/24 NA PAULISTA NÃO AJUDA BOLSONARO NO PONTO QUE ELE MAIS PRECISA? VOCÊ SE LEMBRA DAS PALAVRAS DO EX-PRESIDENTE EM 2021, E AGORA SEM IMUNIDADE. “CONCLUSÃO”

Bolsonaro nega plano de golpe e fala em “passar a borracha no passado” Jair Bolsonaro discursou para milhares de apoiadores que lotaram a Avenida Paulista em ato para defendê-lo neste domingo (25/02/2024), em São Paulo.

O ministro Alexandre de Moraes, a quem ele chamou de “canalha” e disse que não obedeceria, continua dando as ordens que podem atingi-lo. E naquela mesma Paulista se ouviu uma de suas grandes mentiras, no dia 7 de setembro de 2021, em que ele falou que só sairia da presidência “preso, morto ou com a vitória”.

Em discurso para milhares de apoiadores que lotaram a Avenida Paulista em São Paulo neste domingo (25/02/2024), para defendê-lo das investigações que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou que tenha tramado um golpe de Estado em 2022, pediu anistia os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília, e disse querer “passar uma borracha no passado” em busca de “pacificação”.

“Golpe é tanque na rua, é arma, é conspiração, é trazer a classe política para o seu lado, empresários. Nada disso foi feito no Brasil”, disse Bolsonaro em cima do trio elétrico na Avenida Paulista, na tarde deste domingo.


Sem citar o STF e as condenações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornaram inelegível, Bolsonaro disse que “não podemos concordar que um poder tire do palco político quem quer que seja, a não ser por um motivo justo”. “Não podemos pensar em ganhar as eleições afastando um adversário do cenário político”.

O ex-presidente disse que não concorda com os atos golpistas que depredaram as sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, mas defendeu uma “anistia para aqueles pobres coitados que estão presos em Brasília”. Segundo ele, “esse povo brasileiro não merece estar vivendo por este momento, onde tão poucos, pouquíssimos, causam tão mal a todos nós”.

“Teria muito a falar, tem gente que sabe o que eu falaria, mas o que eu busco é a pacificação, é passar uma borracha no passado, é buscar uma maneira de nós vivermos em paz”, disse Bolsonaro.

Milhares de apoiadores de Bolsonaro ocuparam quase toda a extensão da Avenida Paulista neste domingo, no ato convocado por ele após a operação da Polícia Federal (PF) que investiga um suposto plano de golpe de Estado, que teria sido tramado em 2022.

Os manifestantes atenderam ao pedido do ex-presidente e foram ao ato sem faixas e cartazes contra o STF e seus ministros, ao contrário do que ocorreu na manifestação do dia 7 de Setembro de 2021, última vez em que Bolsonaro subiu em um carro de som na Avenida Paulista.

Na ocasião, Bolsonaro disse que não cumpriria ordens do STF, que jamais seria preso e xingou o ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos que pesam sobre ele, de “canalha”.

Neste domingo, Bolsonaro subiu no trio elétrico por volta das 15h, segurou uma bandeira de Israel e acenou para a multidão que o aguardava sob sol forte na Avenida Paulista — muitos apoiadores passaram mal por causa do calor. Antes dele, discursaram o pastor Sila Malafaia, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Michelle Bolsonaro e depois deputados federais e um senador do PL.

EIS ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE O ATO DESTE DOMINGO:

COLETE RECHONCHUDO. O EX-presidente foi para o ato na Paulista usando um nada discreto colete à prova de balas por debaixo da camisa da Seleção.

A “CAMPANHA” DE NUNES. Ricardo Nunes, o prefeito da capital paulista que foi premido a ir à manifestação sob pena de perder o apoio de Bolsonaro para as eleições de outubro, vestia uma camisa amarela para não ser muito diferente dos demais, mas a mensagem estampada na frente era, digamos, alternativa. Propagandeava uma campanha pela adoção de animais.

MICHELLE PASTORA. Michelle Bolsonaro, possível herdeira do capital político do marido, declarado inelegível, não economizou no tom emotivo em seu discurso em cima do trio elétrico, com apelo marcadamente religioso.

MULTIDÃOIMPRESSIONANTE. Os rivais do bolsonarismo, incluindo integrantes do governo, certamente vão se esforçar para diminuir o peso político do ato, mas a multidão reunida na Paulista foi suficientemente grande para ser considerada em qualquer estratégia relacionada ao ex-presidente – seja na política, seja no Judiciário. Foi uma manifestação com tamanho que, admita-se ou não, sempre impressiona os poderosos de Brasília.

BRASIL DIVIDIDO? O ato refletiu, por óbvio, a força do bolsonarismo e a divisão do eleitorado brasileiro, que se mostrou no resultado das eleições presidenciais de 2022 e segue firme forte.

ALEXANDRE E LULA ONIPRESENTES. Ao convocar os seguidores para a Paulista, Bolsonaro disse que o ato não seria contra ninguém. Mas, com o nome pronunciado ou não, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, foi personagem de todos os discursos. Lula também, evidentemente.

MALAFAIA “ON FIRE”. Silas Malafaia, apresentado como idealizador do ato, foi para o ataque contra Moraes sem muitas papas na língua. Disse que o sangue do bolsonarista morto na prisão está nas mãos do ministro e que tratamento do STF ao PT é diferente daquele Bolsonaro e seus apoiadores vêm recebendo.

FOGO CONTRA BARROSO. O Pastor estendeu sua artilharia ao presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, lembrando como exemplo do que ele entende como uma cruzada contra o bolsonarismo a frase “nós derrotamos o bolsonarismo”, pronunciada pelo ministro em um evento da UNE no ano passado.

A MENSAGEM DO ATO. Dirigindo-se a Bolsonaro, Malafaia falou sobre a possível prisão do ex-presidente e fez questão de ressaltar a ideia de que a medida, se posta em prática, pode ter efeito inverso. “Se eles te prenderem, você vai sair de lá exaltado. Se eles te prenderem, não vai ser para tua destruição, mas para a destruição deles”, afirmou o pastor.

A MENSAGEM DO ATO 2. Essa era, em síntese, a mensagem que o ato deste domingo pretendia passar para o establishment político do país, especialmente para o governo e para o STF, numa tentativa de dizer que é arriscado jogar todas as fichas na prisão de Bolsonaro.

BRASIL EM LOOPING. Malafaia se referiu às investigações que miram Bolsonaro como “a maior perseguição política da história do país”. Parecia déjà vu, com sinal trocado, do que o país, não faz muito tempo, viu com Lula.

FALEM, EU ESCUTO. Jair Bolsonaro começou o discurso na Paulista lembrando o atentado a faca que sofreu em Juiz de Fora na campanha de 2018 e listando os feitos de seu governo. Já no início, tocou na questão de fundo do ato. Cuidadoso com as palavras, falou em “abuso por parte de alguns”, mas não avançou muito na ideia. Deixou que outros, como Malafaia, ficassem com o risco de atacar mais frontalmente o Supremo.

AS “MINUTAS DO GOLPE” E A CONSTITUIÇÃO. Pela primeira vez, ao negar que tenha tramado um golpe, o ex-presidente buscou justificar as minutas descobertas pela Polícia Federal que previam a anulação das eleições. Disse, por exemplo, que a decretação de estado de sítio, contida nos textos, não seria golpe porque estaria dentro da Constituição. E que, ainda assim, isso não foi feito. “Golpe é tanque na rua, e arma, é conspiração, é trazer classe política e empresarial para o seu lado”, afirmou Bolsonaro, que também defendeu anistia para seus seguidores presos pelos ataques de 8 de janeiro em Brasília.

SEM NOVAS ENCRENCAS. Bolsonaro disse que tem gente que sabe que ele poderia falar mais, mas que preferia a “pacificação”. Claro estava que, depois de aliados terem se encarregado de assumir um tom mais contundente, ele mediu as palavras para evitar mais problemas com Alexandre de Moraes e o STF.

MINISTROS DO “STF” SE FALAM APÓS ATO DE BOLSONARO EM SP; VEJA CONCLUSÕES.

Alguns ministros da ala majoritária do Supremo Tribunal Federal (composta por Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino) falaram-se no começo da noite deste domingo dia 25/02/2024 após o ato de Jair Bolsonaro em São Paulo, e concluíram alguns pontos. Vamos a eles.

Bolsonaro está se sentindo emparedado. O discurso mais contido, sem ataques diretos, mostra isso.

Isso ocorre porque o próprio saberia que a prova para condená-lo não é mais teórica, de uma suposta influência intelectual sobre todo o esquema para o golpe, como o domínio do fato usado para condenar petistas no Mensalão. A prova agora é material.

Bolsonaro procurou terceirizar para o pastor Silas Malafaia os ataques ao STF, mas sem gerar o mesmo efeito na multidão. Ministros veem nessa estratégia a aposta de que Malafaia teria uma blindagem, por ser religioso, mas concordam que isso tem limite. Se Malafaia usar dinheiro de sua igreja ou de associações privadas para financiar os atos, será envolvido.

A baixa adesão de políticos ocorreu porque muitos têm complicações eleitorais no Tribunal Superior Eleitoral e temem o efeito que isso teria sobre seus casos.

O efeito deste tipo de ato era um com Bolsonaro presidente. É outro com ele fora do poder.

Em resumo: na visão da maioria dos ministros do STF, nada mudou. Há elementos para condenar Bolsonaro. Era assim hoje de manhã. E segue assim.

“Quer conhecer o caráter de alguém? Dê poder e dinheiro pra essa pessoa.

Metrópoles

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