domingo, 21 de setembro de 2025

ATO CONTRA “PEC” DA BLINDAGEM E ANISTIA MOBILIZARAM AS RUAS PELO BRASIL, É RECADO A HUGO E SENADORES.

Atos contra a anistia e a PEC da Blindagem foram convocados neste domingo (21/9) em diversas capitais do país, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife, Belém e Porto Alegre.

A convocação ganhou peso com a participação de grandes artistas. Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil.

"A gente tem que ir pra rua, pra frente do Congresso, como já fizemos outras vezes", convocou Caetano em suas redes sociais.

As manifestações ocorrem depois que a Câmara dos Deputados decidiu acelerar uma proposta de anistia, mas o impasse sobre qual pode ser o benefício para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros condenados por crimes contra a democracia continua.

Enquanto parlamentares bolsonaristas querem um amplo perdão que livre o ex-presidente da prisão e o libere para disputar a eleição de 2026, a esquerda resiste a qualquer suavização de sua condenação no Supremo Tribunal Federal (STF) por liderar uma tentativa de golpe de Estado.

Milhares de pessoas ocuparam neste domingo (21) a Praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, as ruas pelo Brasil, para protestar contra a PEC da Blindagem e a anistia a condenados por golpe de Estado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros e aliados.

A proposta de emenda à Constituição repudiada pelos manifestantes foi aprovada pela Câmara dos Deputados na última terça-feira (16). Na prática, a medida dificulta a abertura de processos criminais contra parlamentares, ao impor que as casas legislativas devem aprovar a abertura desses processos. 

Aos gritos de "Sem Anistia" e "Viva a democracia", os manifestantes se reuniram na altura do Posto Cinco da Orla de Copacabana, para escutar os discursos de lideranças políticas e assistir aos shows dos cantores Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paulinho da Viola, Djavan, entre outros. 

Caetano Veloso disse, durante o ato musical, que a democracia no Brasil resiste. Segundo ele, a cultura nacional apresenta grande vitalidade.

"Não podemos deixar de responder aos horrores que vêm se insinuando à nossa volta".

Gilberto Gil lembrou que o Brasil já passou por momentos semelhantes em sua história. "Passamos por momentos parecidos sempre em busca da autonomia, o bem maior do nosso povo", afirmou. 

De estudantes a aposentados

A servidora pública federal aposentada Regina de Brito, de 68 anos, foi uma das primeiras a chegar, para ficar bem perto dos cantores do ato musical. Ela disse ser muito importante apoiar o movimento contra os que tentaram planejar um golpe no país.

"Eu fui criada na ditadura militar. Sei como era isso. Esses caras acabaram de ser condenados, nem estão cumprindo pena e já querem anistia? E esse Congresso vilão, da direita, em vez de votar pautas do povo, como a isenção do imposto de renda até R$ 5 mil, é um Congresso que não pensa no povo em nenhuma instância, só pensam no próprio umbigo".

Rio de Janeiro (RJ), 21/09/25 - Ana Regina Brito, engenheira aposentada, participa de protesto contra a PEC da Blindagem e PL da Anistia na orla de Copacabana. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Regina Brito (de azul), engenheira aposentada, participa de protesto contra a PEC da Blindagem e PL da Anistia na orla de Copacabana.Tânia Rêgo/Agência Brasil

O estudante da rede pública estadual de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Caio dos Santos, de 16 anos, contou estar no ato por achar muito importante a movimentação do povo brasileiro contra "o desserviço à população feito pelo Congresso Nacional".

"Acho que essa PEC da Bandidagem é um total desrespeito com a nossa cara. O povo brasileiro não pode assistir calado o que estão fazendo. Eu, como estudande da rede pública, tenho obrigação de ser contra pessoas como o Bolsonaro, que só torcem para o mal da educação, da saúde. Não adicionam nada de bom à nossa população, à nossa sociedade", criticou.

"Do que eu estudo da ditadura, eu tento espalhar essa consciência entre meus amigos para o não retorno da extrema-direita e para a consciência na hora do voto", acrescentou Caio.

Rio de Janeiro (RJ), 21/09/25 - Caio Júlio Peres participa de protesto contra a PEC da Blindagem e PL da Anistia na orla de Copacabana. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Caio dos Santos, de 16 anos, foi de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, para o protesto em Copacabana Tânia Rêgo/Agência Brasil

Acompanhado da esposa, o policial penal aposentado Edson Enio Martins Tonnel, de 75 anos, também chegou cedo ao ato para protestar contra a Câmara dos Deputados.

"Se a gente não reagir, a Câmara vai se tornar um antro de bandidos. Eu acho que, essa PEC, o Senado deve barrar. Qualquer bandido vai se candidatar, vai ser deputado e piorar a situação. O crime vai para Brasília mais do que já está. Independente da nossa idade, cada um tem que colaborar para o bem do Brasil, da nossa família. Que o Bolsonaro apodreça na cadeia, quem fez o que fez em Brasília tem que pagar".

Rio de Janeiro (RJ), 21/09/25 - Edson Enio Martins, participa de protesto contra a PEC da Blindagem e PL da Anistia na orla de Copacabana. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
O policial penal aposentado Edson Enio Martins Tonnel, de 75 anos, no protesto em Copacabana Tânia Rêgo/Agência Brasil

Com os amigos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em Seropédica, a estudante de arquitetura Letícia Rocha, de 20 anos, afirmou que a história não pode se repetir. " A gente não pode esquecer nunca do passado. Uma vitória que a gente teve foi a condenação do Bolsonaro". 

 

Créditos: Agência Brasil.

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