Prefeito que matou policial a tiros no Maranhão pede
licença para 'cuidados psiquiátricos' O prefeito João Vitor Xavier alega que
agiu em 'legítima defesa'. O afastamento é pelo período de 125 dias e o
prefeito alega que está 'profundamente abalado'.
O prefeito de Igarapé Grande, João Vitor Xavier (PDT), que assumiu ter matado tiros o policial
militar Geidson Thiago da Silva, formalizou um pedido de licença do cargo à
Câmara Municipal de Vereadores, para cuidar de sua defesa e para 'tratamentos
psiquiátricos'. A Polícia Civil do Maranhão pediu a prisão preventiva dele.
O afastamento é pelo período de 125 dias (pouco mais de
quatro meses), podendo ser interrompido com seu retorno a qualquer momento.
Durante este tempo, João Vitor vai continuar recebendo mensalmente o salário
como prefeito, orçado em R$ 13.256,08 (líquido).
No documento, o prefeito alega que está
"profundamente abalado (...), circunstância que demanda cuidados médicos
específicos, sobretudo por ser um paciente bariátrico", disse.
Atualmente, o prefeito responde pelo crime em
liberdade, já que ainda não há um mandado de prisão preventiva ou temporária.
Na última segunda (7), após estar sendo procurado pela polícia, João se
apresentou espontaneamente na Delegacia de Presidente Dutra, prestou depoimento
e foi liberado.
Segundo o delegado Ricardo Aragão, superintendente de
Polícia Civil do Interior, João não foi mantido preso porque não havia
flagrante. Se for levado a julgamento, João Vitor Xavier, também deverá ser
julgado em tribunais superiores, já que possui foro privilegiado.
O que diz a defesa
/ contexto do caso
A defesa do prefeito alega que João agiu em legítima
defesa, pois o policial militar teria sacado uma arma durante uma discussão
relacionada ao farol ligado do carro do prefeito. No entanto, de forma
preliminar, testemunhas e a Polícia Civil contestam essa versão.
“Foram cerca de cinco tiros, provavelmente todos pelas
costas. O corpo da vítima foi encaminhado para o IML de Timon, para perícia”,
afirmou o delegado de Pedreiras,
Diego Maciel.
No depoimento prestado à Polícia Civil, João afirmou
que jogou a arma no local do crime, mas o armamento ainda não foi encontrado.
Imagens de uma câmera de segurança, registradas no dia do crime, também não
mostram o prefeito descartando a arma em nenhum ponto da cena.
Em relação à posse da arma, João afirmou que o revólver
calibre .38, utilizado no crime, havia sido adquirido há dois anos, como um
presente de um eleitor. O prefeito também declarou que a arma não possuía
registro nem autorização para posse.
Segundo testemunhas, o crime ocorreu na noite de
domingo (6), durante uma vaquejada em Trizidela do Vale (MA), quando o policial
militar e o prefeito se desentenderam após o PM pedir que João reduzisse a
intensidade dos faróis do carro, pois a luz estaria incomodando as pessoas
presentes no local.
O prefeito de Igarapé Grande, João Vitor Xavier (PDT),
já tem pronta a primeira etapa da sua defesa, com o objetivo de evitar uma
prisão preventiva e, ainda, uma improvável cassação do mandato.
O objetivo é criar
as bases para barrar algum possível pedido de cassação, embora isso seja pouco
provável de ocorrer numa Câmara Municipal em que todos os vereadores são de sua
base aliada.