Defesa diz que coronel se comprometeu a prestar
todos os esclarecimentos em uma data futura. Mulher dele depôs sobre reforma em
casa da filha do Temer.
Ex-coronel da
Polícia Militar João Batista Lima Filho, amigo do presidente Michel Temer, não
prestou depoimento na sede da Polícia Federal em São Paulo nesta sexta-feira
(30). Segundo o advogado de Lima, Cristiano Benzota, o coronel alegou que, por
motivos de saúde e "falta de condições emocionais", o coronel
"se reservou ao direito de permanecer em silêncio".
O depoimento
estava previsto para a parte da manhã, foi transferido para a tarde e depois
foi cancelado. Lima vai ficar preso temporariamente na sede da PF em São Paulo.
Sua defesa disse que ele se comprometeu a prestar todos os esclarecimentos em
uma data futura a ser combinada.
Lima foi preso
pela Operação Skala na quinta-feira (29). Ele é apontado pela Procuradoria
Geral da República (PGR) como um dos intermediários de propina que supostamente
seria paga ao presidente Michel Temer no caso do decreto de portos. Lima é dono
da empresa de engenharia e arquitetura Argeplan.
Como sofre
problemas de saúde, na quinta, Lima deixou seu apartamento amparado por uma equipe de resgate do Samu. Desde
junho de 2017, o ex-coronel apresenta atestados de saúde como resposta às
intimações da PF para esclarecimentos.
O advogado
Benzota afirmou que, na manhã deste sábado, a PF fez “trabalho burocrático” e
repetiu que o estado de saúde do coronel “é frágil”. O ex-coronel, que tem 74
anos, já sofreu dois AVCs, um câncer e precisou retirar um rim em dezembro de
2017. Além disso, Lima precisa tomar medicamentos. Benzota disse que Lima nega
a suspeita de negociar propina em favor do presidente Temer.
Ainda neste
sábado, a arquiteta Maria Rita Fratezi, mulher e sócia de Lima, prestou depoimento à Polícia Federal em
São Paulo, segundo informou o procurador da República Hebert Mesquita. A PF
quer saber detalhes sobre a reforma da casa de Maristela Temer, filha do
presidente.
Um dos
fornecedores que trabalharam na obra da casa disse que recebeu R$ 100 mil em
dinheiro vivo pelos serviços. A casa de 350 metros quadrados foi comprada por Maristela
Temer em 2011 e foi reformada em 2014. O imóvel de alto padrão fica no Alto de
Pinheiros, bairro nobre de São Paulo
PRISÃO AUTORIZADA
A prisão de
Lima foi autorizada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal
Federal, relator do inquérito que investiga se Temer, por meio de decreto,
beneficiou empresas do setor portuário em troca de suposto recebimento de
propina.
As primeiras
tentativas de ouvir o ex-coronel foram após a delação de executivos da J&F.
Na ocasião, Lima foi apontado como um dos intermediários de propina que
supostamente seria paga a Temer.
Também com base
nas delações, a PGR solicitou a abertura de inquérito e, em setembro do ano
passado, Barroso autorizou a investigação. A partir daquele mês, o delegado
Cleyber Malta Lopes, responsável pela apuração da PF, enviou novas intimações
para marcar o depoimento, o que não ocorreu até agora por causa dos problemas
de saúde alegados por Lima.
CORONEL HOSPITALIZADO
Lima chegou à
sede da PF em São Paulo na sexta-feira à noite, depois de passar mal no momento
em que foi preso e precisar ser levado para um hospital. Ele só recebeu alta no
fim da tarde.
Fonte: G1 São Paulo
Redação/Blog
Edmilson Moura
Nenhum comentário:
Postar um comentário