Atualmente, o salário bruto de
deputados e senadores é de R$ 33,7 mil
O presidente da Câmara, Rodrigo
Maia (DEM-RJ), estimou nesta terça feira dia 24.03.2020, que o
enfrentamento à pandemia de coronavírus pode alcançar R$ 400 bilhões e defendeu
a ajuda de todo o poder público para bancar as despesas, o que poderá incluir
redução de salários de integrantes do Legislativo, Judiciário e Executivo.
Segundo ele, o governo precisará utilizar todos os recursos disponíveis para
combater a doença e recuperar a economia.
SAIBA MAIS
"Tem que começar a gastar e
se precisar tirar da política, judiciário, de quem precisar tirar, porque nós
sabemos que o gasto para o enfrentamento dessa crise do ponto de vista social,
econômico e principalmente da estrutura de saúde pública para garantir as vidas
vai ser na ordem de uns R$ 300, R$ 400 bilhões", afirmou em entrevista ao
canal de televisão CNN Brasil.
Questionado se a Câmara discute
reduzir salários de deputados, Maia afirmou que todos precisão dar sua parcela
de contribuição em algum momento. "Acho que todo o poder público vai ter
que contribuir. Transferir isso para o parlamentar é fazer apenas um gesto
importante, mas sem impacto fiscal. Os salários no nível federal são o dobro
dos seus equivalentes no setor privado, todos com estabilidade pelo mandato ou
concurso", afirmou o presidente da Câmara. "Na hora de organizar as
despesas, o que a gente pode controlar, é importante que todos os servidores,
os que têm mandato, contribuam. Não tenho dúvidas nenhuma de que com a queda da
arrecadação todos vão ter que colaborar."
Atualmente,
o salário bruto de deputados e senadores é de R$ 33,7 mil. Somados os 594
parlamentares, o valor chega a pouco mais de R$ 20 milhões.
Ainda
na entrevista, Maia afirmou que o governo pode usar todos os recursos
disponíveis, inclusive dinheiro dos fundos eleitoral, que financia as campanhas
eleitorais, e partidário, que custeia as despesas de partidos, para combater a
crise. Há também alguns projetos na Câmara sobre esse tema.
"O
governo entendendo que precisa usar os R$ 2 bilhões, eu não vejo
problema", disse. "O tamanho do nosso problema não é pequeno, é muito
grande. Todos os recursos que o governo entender necessários, certamente ele
vai poder usar, de todos os Poderes", completou.
DEPUTADOS JÁ DEFENDERAM CORTE
DEPUTADOS JÁ DEFENDERAM CORTE
A ideia de cortar salários nos Três Poderes já foi defendida por outros deputados em redes sociais. O congressista Fábio Faria (PSD-RN) chegou a publicar 1 vídeo em defesa da medida.
“Isso deveria ser feito para os Três Poderes: Judiciário, Executivo e Legislativo. Para presidente da República, ministro, secretários de todos os Estados, dos municípios. Enquanto durar essa crise, todos nós cortaremos na carne”, disse Faria.
Outro a defender a medida foi o deputado fluminense Wladimir Garotinho, também do PSD. Wladimir publicou em redes sociais uma montagem, onde “desafia” os Três Poderes a realizarem o corte de 50%.
O deputado Alceu Moreira (MDB-RS) também divulgou nota nesta 3ª feira (24.mar) mostrando apoio à medida. O congressista teria encaminhado a Maia e Bolsonaro uma carta sugerindo uma série de medidas, incluindo o corte nos salários. Eis a íntegra:
“Tendo em vista a crise econômica que se desencadeia com a pandemia do novo coronavírus (COVID 19), o deputado Alceu Moreira (MDB/RS), que também preside a Frente Agropecuária, encaminhou carta de sugestões, via WhatsApp, aos presidentes da República e da Câmara, Jair Bolsonaro e Rodrigo Maia, recomendando um acordo nacional entre poderes, o que inclui a redução de salários de parlamentares, ministros, magistrados e servidores – excluídos aqueles que tem ligação direta no combate ao coronavírus, como os profissionais da saúde, segurança e limpeza pública. A medida valeria por 90 dias ou enquanto durar a pandemia.
“A renúncia garantiria que os valores fossem repassados ao SUS para sanar as consequências da crise, como a compra de testes, respiradores, máscaras, luvas e montagem de leitos UTI”, justificou Alceu Moreira. Ele ainda estimou uma receita de aproximadamente R$ 12 bilhões, com base nos dados do Atlas do Estado Brasileiro, do IPEA.
A diminuição prevista na carta enviada pelo deputado é de 20% para quem receber acima de R$ 10 mil mensais e de 10% para vencimentos entre R$ 5 mil e R$ 10 mil mensais. Quem receber abaixo dessas faixas ficaria isento. No caso do Legislativo, o deputado propôs ainda reduzir em 50% as cotas dos gabinetes.”
Fonte:
Terra e Poder 360
Blog/EDMILSON MOURA.
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