O avanço de casos da variante Ômicron e de influenza no Brasil tem sobrecarregado prontos-socorros no país e elevado o percentual de ocupação nas unidades de terapia intensiva (UTIs). A combinação de rápida piora da pandemia de Covid-19 e da epidemia de gripe ameaça provocar um colapso do sistema, segundo o próprio ministro da Saúde admitiu nesta quarta-feira dia 12/01/2022.
Somente nessa quarta-feira, o Brasil registrou 87.471 novos casos confirmados de Covid-19. O número, que pode estar bastante subnotificado, é maior que o contabilizado no dia anterior, quando 70.765 contaminados foram notificados. Com isso, a média de casos chegou a 52.261 novos infectados ao dia, alta de 794% na comparação com 14 dias atrás.
Os números se refletem em filas gigantescas, com horas de espera, em diversos hospitais públicos e privados pelo país. O Metrópoles percorreu unidades de saúde por Brasília, Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo. O retrato era de lotação (com muitas horas de espera), dor e medo.
A
preocupação com o crescimento das infecções no país já foi relatada em
pesquisas como a da Universidade de Washington, que prevê 1 milhão de casos de Covid
por dia no país até o fim de janeiro, caso medidas de contenção
mais fortes não sejam retomadas; da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); e do próprio ministro
da Saúde, Marcelo Queiroga. Em entrevista coletiva, o chefe da pasta admitiu “perspectivas de
colapsos”:
“Agora com o novo desafio da variante Ômicron, inicialmente identificada
na África, que rapidamente se espalhou pelo mundo. Incertezas com novo surto de
casos, novos impactos no sistema de saúde, perspectiva de colapsos e perda de
vidas. Trabalhamos para evitar que isso aconteça”, afirmou, nessa quarta.
“Em 2 de
janeiro, segundo dados disponibilizados pelo Painel Conass, o Brasil notificou
1.721 casos de Covid. No último domingo (9/1), 24.382 casos foram notificados
pelas secretarias”, disse a entidade em nota encaminhada ao ministro da Saúde.
Assim, o Conass pediu imediatas decisões nacionais para que se consiga imunizar toda a população, além de medidas para ampliar atendimento nas unidades de saúde pelo país.
UTIs
Conforme Levantamento feito em UTIs das 27 Unidades da Federação (UFs)
revela que o estado de Pernambuco entrou na zona crítica de ocupação de leitos
de UTI destinados à Covid, com 84%. Outros estados, apesar de estarem na zona
de alerta intermediário (entre 60% e 80%), apresentaram crescimento na taxa ao
longo das últimas semanas.
O acréscimo nas internações com
necessidade de suporte ventilatório e acompanhamento em UTI é observado logo
após as festas de Natal e Réveillon.
Na rede estadual de Goiás,
a quantidade de leitos de UTI para pacientes com Covid caiu de 318 para 147 em
um mês, quando se imaginava que a pandemia estava controlada. O número de
internados nessas unidades, contudo, dobrou depois do Natal. Nessa
quarta-feira, a taxa de ocupação era de 78%. Em 24 de dezembro, o indicador estava
em 22%.
Ainda levando em consideração a
semana do Natal e a atual realidade, a taxa de ocupação de UTI Covid passou de
23% para 62% em Tocantins e de 56% para 84% em Pernambuco — onde o número de
leitos aumentou de 696 para 910 no mesmo período. O que teoricamente poderia
ter feito o percentual de ocupação cair.
O levantamento foi feito pela reportagem na tarde dessa quarta-feira com base em dados oficiais disponibilizados pelas secretarias estaduais de Saúde, e considera informações sobre leitos públicos e/ou privados.
Fonte: Metropoles.
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