segunda-feira, 22 de abril de 2024

DIÁLOGO: LULA DECIDE MARCAR REUNIÕES COM ARTHUR LIRA E RODRIGO PACHECO. O QUE É O DIÁLOGO?

Lula entre Lira e Pacheco: Congresso articula votações e negocia calendário de emendas impositivas | Foto: AGÊNCIA SENADO.

Diante do agravamento da crise com o Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu em almoço no Palácio do Planalto com ministros do núcleo político e líderes do governo que vai marcar reuniões com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

A ofensiva para tentar melhorar a relação com os parlamentares deve incluir ainda reuniões do presidente com os vice-líderes do governo na Câmara e no Senado. No grupo, estão deputados e senadores de partidos aliados como MDB, PSD, PSB, União e PP. Assim, os encontros seriam uma forma de ampliar o contato direto de Lula com a base congressista.

Na reunião da sexta-feira (19), que durou quase três horas, Lula foi informado que há grande chance de que o governo sofra novas derrotas no Congresso na semana que vem. A expectativa dos líderes é que o corte de R$ 5,5 bilhões das emendas de comissão e o veto ao trecho da Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) que estabelecia um cronograma para o pagamento de emendas sejam derrubados.

Também há uma avaliação que o veto de Lula ao trecho da lei que limita a “saidinha de presos” também será derrubado. O entendimento, porém, é que o Congresso pode decidir não colocar esse veto em votação na próxima semana.

O presidente e seus auxiliares definiram ainda que vão fazer uma mobilização para impedir a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que estabelece a volta do quinquênio, benefício dado a juízes e promotores a cada cinco anos com aumento de 5% do salário. Pelo plano traçado, governadores, inclusive de oposição, serão procurados para serem convencidos a atuarem contra o texto com o argumento de que o benefício poderia afetar os cofres estaduais e gerar efeito cascata sobre o salário de servidores.

Mas o entendimento entre os líderes é que a PEC, aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado nesta semana, não passaria no plenário da Casa.

LULA ENTRA EM CAMPO PARA NEGOCIAR

Diante do conflito aberto entre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), aliados e auxiliares diretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva passaram a temer que os problemas na articulação política do governo se aprofundem, com risco de novas derrotas no Congresso. O entendimento é que a crise escalou a um ponto em que mais uma vez Lula terá que entrar em campo e ele mesmo negociar pautas de interesse do Palácio do Planalto. A possibilidade de uma reunião do presidente com líderes da Câmara e do Senado passou a ser discutida.

Para pessoas próximas ao petista, o modelo em que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, negocia com Lira, enquanto Padilha trata com os líderes partidários, não funciona. A avaliação é que essa função exige agilidade e dedicação para discutir temas em tramitação na Câmara.

O argumento usado por esses interlocutores é que a articulação política precisa de uma linha única de atuação e que as conversas separadas com Lira e com líderes podem funcionar para discussões de pautas estruturantes, como as da agenda econômica. No dia a dia das votações, incluindo projetos ainda em fase de comissões, a avaliação é que há potencial para gerar ruídos por incluir interesses diversos dentro do próprio governo.

Por isso, aliados enxergam a necessidade de Lula voltar a se reunir com Lira, com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e líderes das duas casas, para alinhar os ponteiros. O presidente já havia feito esse movimento em fevereiro e no começo de março, momento em que atuou diretamente para azeitar a relação do governo com o Congresso na largada do ano legislativo.

Um episódio recente que demonstra as dificuldades do governo na relação com o Congresso ocorreu na tramitação do projeto que restringe a saidinha de presos. A decisão de Lula de vetar o texto aprovado pelos parlamentares pegou a base do governo de surpresa. A expectativa é que ocorra a derrubada do veto, em uma nova derrota do Congresso.

Além do conflito Lira e Padilha, o líder do governo, José Guimaraes (PT-CE), tem feito reclamações públicas da falta de articulação. Ao jornal O GLOBO, citou o excesso de medidas provisórias que chegam a Câmara sem conversa com líderes e que viram “bomba” para ele: “A orientação do presidente Lula é que todas as matérias que vêm do Executivo sejam discutidas com os líderes antes. Às vezes, a matéria vem sem a gente ter conhecimento. É um erro. Vai editar uma Medida Provisória? Chame os líderes antes para conversar. É melhor do que os tecnocratas do governo tacarem Medida Provisória aqui. Aí vem a bomba para mim”.

O líder também deu uma alfinetada indireta no ministro de Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, que exonerou o superintendente do Incra em Alagoas, Cesar de Lira, primo de Arthur Lira, e gerou novo atrito entre governo e Câmara. “Há pessoas no governo que não ajudam” — disse ao Estadão.

SAIDINHA

Em meio ao campo minado entre Congresso e governo, auxiliares do presidente reconhecem que não houve uma preparação de terreno para o veto ao projeto da “saidinha” dos presos e que isso dificulta o debate político para defender a decisão tomada por Lula. A alegação de integrantes da equipe de articulação política é que o Ministério da Justiça demorou para apresentar uma manifestação técnica sobre o tema.

O Planalto reclama que deputados e senadores aliados não têm feito a defesa pública do veto de Lula. Uma das leituras feitas por auxiliares do presidente é que há medo de parlamentares de se manifestarem de forma favorável à medida que irá beneficiar detentos pela repercussão negativa que essa posição teria em suas bases.

A reserva em tratar do tema atinge inclusive a esquerda e deputados petistas, que, sob reserva, consideram o assunto “espinhoso”, “delicado” e que havia um “descontrole” na saída dos presos e, por isso, preferem se manifestar publicamente após acordo de bancada, que irá se reunir nos próximos dias para fechar posição do tema. Alguns petistas já se declararam publicamente contrários ao veto, como é o caso do senador Fabiano Contarato (PT-ES), delegado de polícia, e já se posicionou publicamente contra a tese de Lula.

A própria decisão foi tomada contrariando a cozinha do Planalto. O veto a saidinha de presos para visitar a família foi recomendado a Lula pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, com o argumento de contraria a Constituição e fere o princípio da dignidade humana, além de estar em desacordo com convenções internacionais das quais o Brasil é signatário. Por prever contrariedade no Congresso, Rui e Padilha foram contrários a ideia. “A base tem obrigação moral e política de fazer a defesa dessa política”.

“PEC” DE JUÍZES E PROMOTORES ‘QUEBRA O PAÍS’

Após uma reunião de quase três horas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na tarde da sexta-feira, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que a eventual aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que estabelece a volta do quinquênio, benefício dado a juízes e promotores a cada cinco anos, “quebra o país”. O benefício geraria um ganho de 5% do salário, e seria pago a cada cinco anos de serviço público, até o limite de 30%.

“Se essa PEC seguir, ela vai quebrar o país e os estados. Não tem o menor fundamento, na minha opinião. O presidente não falou sobre isso, é opinião minha. Essa PEC não pode, ela quebra fiscalmente o país, não sei como Senado aprovou isso”, disse Guimarães.

Participaram da reunião, além de Lula e Guimarães, os ministros Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Paulo Pimenta (Comunicação Social), e os líderes do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA) e Randolfe Rodrigues (sem partido-AP).

Guimarães afirmou que o conflito entre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e Padilha “não foi tratado” na reunião.”O Padilha está disposto a conversar com Lira”.

Para o líder do governo, a votação sobre a manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), suspeito de participação no assassinato da vereadora Marielle Franco, atrapalhou a pautra da Câmara.

“O que aconteceu essa semana foi a pauta, desde a votação do Brazão, mas tudo dentro da normalidade. Nada que signifique crise com governo”, disse.

Guimarães também defendeu que sempre é preciso ter sintonia com o presidente da Câmara. Indagado se haveria essa sintonia no momento, respondeu: “Precisa só fazer um consertinho aqui, um consertinho acolá, mas nada que atrapalhe a nossa vontade. E o presidente Lira tem tido essa vontade”.

O líder do governo na Câmara afirmou que as prioridades da votação da próxima semana serão o projeto que estabelece o fim gradual do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) e a apresentação dos projetos de regulamentação da reforma tributária. “O central do governo é apressar a regulamentação da reforma tributária e votar o Perse”.

RESUMO: o diálogo é a construção da paz. É a forma de colaborar para a construção de uma Cultura de Paz é sempre tentar resolver os conflitos por meio do diálogo e da compreensão. Dialogo é: Uma conversa entre duas ou mais pessoas onde deverá sempre ocorrer uma troca de ideias para se chegar a um bom entendimento; Obra literária ou cientifica em forma de conversação; Alternância de dois factores complementares um do outro.


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