Os
dados da pesquisa do IBGE, divulgados nesta terça-feira, apontam que, em
relação ao primeiro trimestre de 2023, o crescimento ficou em 2,5%. A alta
deste início de ano foi puxada pelo setor de serviços, que cresceu 1,4% no
período.
A economia brasileira cresceu 2,5% no
primeiro trimestre do ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Em
relação ao último trimestre de 2023, o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de
todos os bens e serviços produzidos no país) apresentou alta de 0,8%.
No acumulado de 12 meses, o
crescimento da economia do país soma 2,5%. Os dados foram divulgados nesta
terça-feira (4), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em valores correntes, o PIB chega a R$ 2,7 trilhões de reais.
Em um recorte setorial, a indústria e
os serviços cresceram 2,8% e 3% respectivamente, na comparação com o mesmo
período do ano passado. Já a agropecuária foi o único setor que registrou
queda, de 3%.
“Pelas questões climáticas,
especialmente o El Niño [aquecimento das águas do oceano Pacífico], já se sabia
que não seria um ano bom para a agropecuária”, explica a coordenadora de Contas
Nacionais do IBGE, Rebeca Palis. Ela ressalta que a pecuária está crescendo
este ano, mas o comportamento da agricultura pesa mais no PIB.
O crescimento da indústria foi
influenciado pelas indústrias extrativas (5,9%), que registraram o melhor
resultado influenciadas pela alta tanto da extração de petróleo e gás como de
minério de ferro. Houve destaque também na atividade de eletricidade e gás,
água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (4,6%), especialmente para o
consumo residencial.
A queda da agropecuária se explica
por alguns produtos agrícolas que têm safras significativas no primeiro
trimestre, mas apresentaram queda na estimativa de produção anual e perda de
produtividade, como soja (- 2,4%), milho (- 11,7%), fumo (- 9,6%), e mandioca
(- 2,2%).
O consumo das famílias (4,4%) e as
despesa do governo (2,6%) tiveram alta na comparação com o primeiro trimestre
de 2023.
A Formação Bruta de Capital Fixo,
indicador que mostra o nível de investimento da economia, avançou 2,7%. As
exportações cresceram 6,5%; enquanto as importações, 10,2%.
“Em 2022 e 2023, o setor externo
havia contribuído positivamente, com as exportações crescendo mais do que as
importações. Nesse primeiro trimestre essa contribuição virou negativa. Estamos
importando muitas máquinas e equipamentos e bens intermediários e o Real se
valorizou”, contextualiza Rebeca Palis.
No primeiro trimestre de 2024, a taxa
de investimento foi de 16,9% do PIB, abaixo dos 17,1% registrados no primeiro
trimestre de 2023.
Comparação trimestral
Na comparação com o trimestre
imediatamente anterior, ou seja, os três últimos meses de 2023, a alta de 0,8%
representa uma retomada, após o recuo de 0,1% no fim do ano passado. Esse
resultado de 0,8% é o maior desde o segundo trimestre de 2023, quando a economia
cresceu 0,9%.
O setor de serviços puxou a variação
positiva, com alta de 1,4% e destaque para “o comércio varejista e os serviços
pessoais, ligados ao crescimento do consumo das famílias, a atividade de
internet e desenvolvimento de sistemas, devido ao aumento dos investimentos e
os serviços profissionais, que transpassam à economia como um todo”, explica a
coordenadora do IBGE.
“Nesse trimestre tivemos um
crescimento da economia totalmente baseado na demanda interna”, completa.
Ela aponta que o crescimento do
consumo das famílias foi motivado pela melhoria do mercado de trabalho e pelas
taxas de juros e de inflação mais baixas, além da continuidade dos programas
governamentais de auxílio às famílias.
Com mais consumo das famílias, a taxa
de poupança foi de 16,2%, ante 17,5% no mesmo trimestre de 2023.
Acumulado
O PIB acumulado nos quatro trimestres encerrados em março de 2024,
comparado ao mesmo período de 2023, cresceu 2,5%. Nessa comparação, houve altas
na agropecuária (6,4%), na indústria (1,9%) e nos serviços (2,3%).
Nenhum comentário:
Postar um comentário