A ministra Cármen Lúcia,
presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Foto: Divulgação/TSE
As confusões entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, que vão desde cadeiradas em debate, ofensas, fake news, até agressão de assessores, chamaram a atenção da presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia. Em sessão da Corte, na noite desta terça-feira (24/9), sem citar nomes ou episódios, Cármen Lúcia advertiu: “Política não é violência, é a superação da violência. Violência praticada no ambiente da política desrespeita não apenas o agredido, senão que ofende toda a sociedade e a democracia”.
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),
ministra Cármen Lúcia, afirmou nesta terça-feira -- um dia após assessor de um
candidato a prefeito de São Paulo agredir o marqueteiro de concorrente -- que a
Justiça eleitoral não irá tolerar casos de agressões no processo eleitoral.
A ministra não citou especificamente nenhum caso ou nome, mas a
disputa pela prefeitura de São Paulo, maior cidade do Brasil, tem ganhado
notoriedade diante de uma série de agressões -- seja entre candidatos, seja
entre integrantes de suas equipes. Para Cármen Lúcia, a população tem se visto
obrigada a presenciar "casos de violência da mais variada
deformação".
"Política não é violência; é a superação da violência",
disse a ministra em observações iniciais ao abrir uma sessão administrativa do
TSE.
"Agressões físicas, atentados contra pessoas -- em especial
contra mulheres -- e todas as agressões praticadas no processo eleitoral que
vêm aumentando em demonstração de ensurdecedor retrocesso civilizatório não
serão aceitas pela Justiça Eleitoral", declarou.
Na segunda-feira, em um dos casos mais emblemáticos das
eleições municipais deste ano, um assessor do candidato à prefeitura da capital
paulista Pablo Marçal (PRTB) agrediu o marqueteiro do atual prefeito e
candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB) durante um debate promovido pelo
podacst Flow.
Uma semana antes, Marçal também esteve envolvido em um episódio
de violência, mas dessa vez como vítima. Em debate realizado pela TV Cultura, o
telespectador pôde presenciar o momento em que o candidato José Luiz Datena
(PSDB), sentindo-se ofendido por provocações, deu uma cadeirada no cadidato do
PRTB.
Sem referir-se a nenhum caso específico, Cármen Lúcia, disse
ainda que "cenas abjetas e criminosas que rebaixam a política a cenas de
pugilato, desrazão e notícias de crimes" são resultados de despreparo,
descaso, ou "tática ilegítima e desqualificada de campanha".
O primeiro turno das eleições municipais ocorre no dia 6 de
outubro, quando eleitores de mais de 5 mil municípios escolhem prefeitos,
vice-prefeitos e vereadores.
Recursos financeiros
Cármen Lúcia ressaltou que candidatos concorrem a um cargo eletivo com recursos do povo brasileiro e devem fazer bom uso desse dinheiro. “As agremiações são os instrumentos para a representação eleitoral lícita. Não podem pactuar com desatinos e cóleras expostas em cenas de vilania e desrespeito aos princípios básicos da convivência democrática. Democracia exige respeito e humanidade impõe confiança. Não se confia em quem não tem compostura e modos para conviver. Eleição é processo de multiplicação de ideias e propostas de candidatos, não de divisão de cóleras mal resolvidas”, completou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário