sexta-feira, 21 de março de 2025

VÍDEO: O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF) DEFINE REGRAS PARA RESPONSABILIZAÇÃO DA IMPRENSA POR FAKE NEWS.

STF determina que imprensa só poderá ser condenada quando houver confirmação de más intenções

O Supremo Tribunal Federal. (STF) decidiu, por unanimidade, que empresas jornalísticas só poderão ser responsabilizadas civilmente por entrevistas com acusações falsas se houver comprovação de má-fé ou negligência na apuração da informação. Em transmissões ao vivo, os veículos não responderão por declarações dos entrevistados, mas deverão garantir direito de resposta em igual espaço e destaque.

A decisão foi tomada nesta quinta-feira (20) em embargos de declaração no Recurso Extraordinário (RE) 1075412, que trata da responsabilização da imprensa por entrevistas que imputam falsamente crimes a terceiros.

Responsabilidade por dolo ou negligência

A tese fixada pelo STF estabelece que uma empresa jornalística só pode ser responsabilizada se for comprovado que:

  • Sabia previamente da falsidade da acusação (dolo);
  • Agiu com negligência grave ao divulgar a informação sem buscar o contraditório ou oferecer direito de resposta.

Além disso, veículos deverão remover conteúdos falsos de suas plataformas digitais ao serem notificados pela vítima, sob pena de responsabilização.

A decisão busca equilibrar a liberdade de imprensa com a proteção da honra e da reputação de terceiros, garantindo que jornalistas e empresas não sejam punidos injustamente por declarações de terceiros, mas também não possam ignorar seu dever de checagem e correção.

“A empresa jornalística somente poderá ser responsabilizada civilmente se comprovada sua má-fé, caracterizada: 1) pelo dolo demonstrado em razão do conhecimento prévio da falsidade da declaração ou 2) culpa grave, decorrente da evidente negligência na apuração da veracidade do fato e na sua divulgação ao público, sem resposta do terceiro ofendido ou, ao menos, de busca de contraditório pelo veículo”, diz trecho do texto aprovado pelos ministros do STF.

(CLIQUE AQUI E ASSISTA O VÍDEO)

O QUE DIZEM AS ASSOCIAÇÕES DE IMPRENSA?

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) afirma que há pontos que ainda precisam ser esclarecidos pelo STF. "Há dúvidas sobre como podem vir a ser interpretados juridicamente os citados 'indícios concretos de falsidade' e a extensão do chamado 'dever de cuidado'", diz a entidade.

Outras sete associações da imprensa divulgaram uma nota conjunta alertando para o risco do aumento do assédio judicial a jornalistas e para a inviabilização das entrevistas ao vivo.

"Imputar uma responsabilidade que não cabe aos veículos pode forçá-los, por exemplo, a ter que fazer um controle prévio das respostas de seus entrevistados ou então deixar de entrevistar”...


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