Dados da OAB revelam a extensão dos golpes em diferentes unidades da federação. Em São Paulo, já são 1,6 mil denúncias registradas desde 2024. No Paraná, foram 1.206. Minas Gerais notificou 516 casos, enquanto o Acre somou 395 ocorrências entre 2022 e 2025.
Na Bahia, o número chegou a 367, e no Rio de Janeiro, a 323. O Ceará totalizou 316 denúncias, com relatos de múltiplas vítimas por cliente. Já Mato Grosso do Sul contabilizou 301 registros em menos de um mês, entre março e abril de 2025.
Outros estados também apresentaram números relevantes: Alagoas (294), Espírito Santo (134), Santa Catarina (134), Pernambuco (mais de 120), Distrito Federal (84), Rondônia (94), Mato Grosso (mais de 73), Goiás (aproximadamente 60), Maranhão (40), Amapá (40 clientes abordados de um mesmo advogado) e Amazonas (16).
Cuidado, é golpe
A OAB explica que os golpes geralmente têm início com o acesso indevido a informações públicas de processos judiciais. A partir desses dados, os criminosos se passam por advogados e abordam partes envolvidas, comumente por meio de aplicativos de mensagens. Usam nomes verdadeiros, fotos e até logotipos de escritórios para simular legitimidade e induzir vítimas a realizarem pagamentos via Pix, sob a promessa de liberação de valores judiciais.
Como forma de prevenção, a Ordem recomenda que os cidadãos confirmem a identidade dos advogados pelos contatos oficiais, evitem pagamentos solicitados por mensagens sem verificação prévia, desconfiem de pedidos urgentes via Pix e guardem conversas e comprovantes para apresentação em eventual boletim de ocorrência.
Com esses dados, é gerado um aviso automático ao e-mail do advogado. Ele terá até cinco minutos para confirmar sua identidade. Se houver resposta no prazo, o cidadão recebe a validação. Caso contrário, ambos são informados de que a verificação não foi concluída.
A
plataforma está sendo conduzida em articulação com as 27 seccionais da
entidade, que atuam diretamente no recebimento de denúncias, orientação à
advocacia e interlocução com autoridades locais. Em alguns Estados, foram
firmadas parcerias com as polícias civis para o encaminhamento mais ágil dos
casos.
Como posso denunciar o golpe do falso
advogado?
Se você foi vítima ou recebeu uma
abordagem suspeita, é seu direito — e também sua responsabilidade — denunciar
o golpe do falso advogado às autoridades competentes. Isso ajuda na
investigação, impede que outros sejam enganados e fortalece o combate a esse
tipo de crime.
O primeiro passo é registrar
um boletim de ocorrência (B.O.). Você pode ir até a delegacia da sua cidade
ou, se houver delegacia virtual no seu estado, fazer o registro pela internet.
O ideal é procurar a Delegacia
de Crimes Cibernéticos, que tem estrutura para lidar com fraudes
eletrônicas e golpes pela internet.
Além da polícia, você deve informar o
caso à seccional da OAB do seu estado. A OAB tem canais específicos
para receber denúncias de falsos advogados, e pode inclusive abrir processos
disciplinares ou acionar o Ministério Público se for o caso.
Exemplos:
Na denúncia, junte todas as
provas que conseguir: prints de conversas, áudios, comprovantes de PIX,
nome e CPF de quem recebeu o dinheiro, números de telefone usados e tudo mais
que possa auxiliar na apuração.
Também é importante informar seu banco imediatamente se o pagamento já foi feito. Em alguns casos, é possível solicitar o bloqueio da conta recebedora ou tentar reverter a transação via PIX, caso o prazo ainda permita.
E, claro, denuncie o número
ou perfil usado nas redes sociais ou aplicativos de mensagens, como
WhatsApp, Telegram ou Instagram. Essas plataformas oferecem opções de denúncia
de golpe ou fraude.
O que fazer se eu identificar um
falso advogado?
Se você identificar que está lidando
com um falso advogado, o mais importante é interromper imediatamente
qualquer contato com essa pessoa. Não envie mais mensagens, não realize
pagamentos e não forneça mais informações pessoais.
Depois disso, reúna todas as
provas disponíveis: mensagens, números de telefone, e-mails, links, áudios,
comprovantes de pagamento, prints de telas, nomes utilizados e qualquer outro
dado que possa ser útil.
Essas informações serão fundamentais
para a denúncia.
O próximo passo é registrar
um boletim de ocorrência e procurar a Delegacia de Crimes Cibernéticos
mais próxima. Caso não haja uma na sua cidade, uma delegacia comum já é
suficiente.
Formalizar a ocorrência é essencial
para que o caso seja investigado.
Também é fundamental informar
a seccional da OAB sobre o ocorrido, principalmente se o golpista estiver
usando o nome de um advogado real. A OAB pode tomar medidas internas e acionar
autoridades competentes.
Se o golpe envolveu movimentação
financeira, procure seu banco e informe a fraude imediatamente.
Existe a possibilidade de solicitar o bloqueio do valor, especialmente se o
pagamento foi recente. Quanto mais rápido agir, maiores as chances de evitar o
prejuízo.
E, se você estiver em dúvida sobre o
que fazer ou precisar de apoio jurídico, procure um advogado de
verdade, de sua confiança, para te orientar. Ter um profissional ao seu
lado pode fazer toda a diferença para resolver a situação de forma rápida e
eficaz.
A legislação que trata do tema é o Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei nº 8.906/94).

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