AFPEx-presidente Jair Bolsonaro (SERGIO LIMA/AFP).
O estopim para a preventiva foi a participação de Bolsonaro, via telefone, de uma manifestação bolsonarista realizada no último domingo (3/8) no Rio de Janeiro. Participação esse que foi republicada pelos filhos Carlos e Flávio Bolsonaro nas redes sociais.
O ex-presidente já estava submetido, por ordem de Moraes, a uma série de medidas cautelares. As medidas iniciais incluíam a proibição de ausentar-se do país, com uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar no período noturno (das 19h às 6h) e nos fins de semana.
Leia também
- Prisão
domiciliar de Bolsonaro pega advogados do ex-presidente de surpresa
- Ato de
Nikolas Ferreira foi crucial para prisão domiciliar de Bolsonaro
- PF apreende
novo celular de Bolsonaro e vai periciar indícios de articulação com
Flávio
- Vídeo de Flávio contribuiu para prisão domiciliar de Bolsonaro
Além disso, havia a proibição de aproximação e acesso a sedes de embaixadas e consulados, de manter contatos com embaixadores ou autoridades estrangeiras, e com demais réus e investigados. Crucialmente, Bolsonaro estava proibido de utilizar redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros.
A proibição de uso de redes sociais por Moraes deixava claro que não seriam permitidas transmissões, retransmissões, veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer plataforma de redes sociais, nem o uso desses meios para burlar a medida, sob pena de imediata revogação e decretação da prisão.
“A Justiça não permitirá que um réu
faça de tola, achando que ficará impune por ter poder político e econômico. A
Justiça é igual para todos. O Réu que descumpre deliberadamente as medidas
cautelares-pela segunda vez deve sofrer as consequências”, diz a decisão de
Moraes.
Além da prisão domiciliar, Bolsonaro deverá cumprir as
seguintes medidas:
·
Proibição de visitas, salvo de seus
advogados regularmente constituídos e de outras pessoas previamente autorizadas
pelo STF.
·
Proibição expressa de utilizar
celulares, tirar fotos ou gravar imagens durante as visitas.
·
Proibição de uso de celular, diretamente
ou por intermédio de terceiros.
·
Manutenção expressa das proibições
anteriores de manter contatos com embaixadores e autoridades estrangeiras, bem
como de utilização de redes sociais, direta ou indiretamente por terceiros.
Caso haja o descumprimento de qualquer de umas das regras da prisão domiciliar implicará na revogação da medida e na decretação imediata da prisão preventiva. A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República (PGR) foram imediatamente comunicadas para o cumprimento da decisão.
Com isso, Moraes determinou que
Bolsonaro cumpra prisão domiciliar em seu endereço residencial. A decisão
inclui:
·
uso de tornozeleira eletrônica;
·
proibição de visitas, salvo por
familiares próximos e advogados;
·
recolhimento de todos os celulares
disponíveis no local.
Em nota, a Polícia Federal (PF)
afirmou que cumpriu o mandado de prisão domiciliar e mandado de busca e
apreensão de aparelhos celulares, conforme a decisão do STF.
As medidas cautelares foram determinadas no inquérito no qual o filho do ex-presidente Eduardo Bolsonaro é investigado pela sua atuação junto ao governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do Supremo e tentar barrar o andamento da ação penal sobre a trama golpista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário