Pescadores acumulam prejuízo por conta de ‘fake news’ em São Luís
Diagnósticos positivos
para a Síndrome de Haff foram encontrados no Amazonas, na Bahia, no Ceará e no
Pará
Ao menos quatro estados brasileiros têm
registros de casos da Síndrome de Haff, conhecida como doença da urina preta. Os diagnósticos positivos foram feitos no Amazonas, na
Bahia, no Ceará e no Pará.
A
doença deixa a urina com coloração escura, provoca dores musculares, falta de
ar e insuficiência renal, entre duas a 24 horas após consumir peixes ou
crustáceos contaminados.
De acordo com o Ministério da Saúde,
a Doença de Haff é causada por uma toxina que pode ser encontrada em peixes
como o tambaqui, o badejo, a arabaiana ou em crustáceos, como a lagosta, o
lagostim e o camarão.
Como ela é pouco estudada,
acredita-se que esses animais possam ter se alimentado de algas com certos
tipos de toxinas que, consumidas pelo ser humano, provocam os sintomas.
Contudo, a toxina, sem cheiro e sem sabor, surge quando o peixe não é guardado
e acondicionado de maneira adequada.
O quadro descrito nos pacientes graves é compatível com a rabdmiólise, doença que destrói as fibras que compõem os músculos do corpo. Quando associada ao consumo de peixes, a síndrome é conhecida como Doença de Haff.
No Maranhão, as autoridades sanitárias informaram que não há nenhum caso suspeito. A maior parte dos casos está concentrada na região Norte do país, mas ainda assim toda a cadeia produtiva vem sofrendo prejuízos por conta de informações falsas que estão circulando.
“Até o presente momento, não foram registrados casos da doença no estado do Maranhão. Existem muitas informações sem comprovação científica sendo disseminadas por meio digital, que relaciona a doença ao consumo de pescado, e que também podem prejudicar o setor. Os casos registrados em estados vizinhos acenderam o debate sobre quais espécies poderiam transmitir a doença. Portanto, não há nenhuma publicação científica ou relato da comunidade médica que associe a Síndrome de Haff ao consumo de peixes em criatórios. O pescado proveniente de empreendimentos que promovam boas práticas de manejo e manipulação de pescado, tanto na produção, quanto na sua comercialização, diminuem as chances deles se tornarem veículos contaminantes que causem prejuízo à saúde humana. Estamos monitorando os casos ocorridos em outros estados com o objetivo de antecipar as ações com maior eficiência em prol da segurança alimentar da população e da cadeia produtiva do pescado”, declarou Sérgio Delmiro, secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário